A Sessão Ordinária desta terça-feira (18), na Câmara Municipal de São José de Ribamar, revelou a intensa rejeição ao projeto enviado pelo prefeito Dr. Julinho para criação da Loteria Municipal. Apesar de ter sido encaminhado em caráter de urgência, a proposta encontrou resistência imediata, e a presidente da Câmara, Francimar Jacintho, decidiu encaminhar o texto para análise das comissões. A medida indica que o projeto, já considerado polêmico, deve render debates acalorados nas próximas semanas.

Dos 21 vereadores, pelo menos seis já se declararam contrários à proposta: João Carlos, Alana Cardoso, Thays Negão, Mário Santos, Fernando Castro e Ednilson Kantão. Nos bastidores, o projeto virou motivo de ironias e até recebeu apelidos como “Peixe Pedra Bets”, “Bigodinho Bets” e “Macaxeira Bets”.
O vereador João Carlos, que tem se destacado como principal nome da oposição ao executivo na Câmara municipal em São José de Ribamar, criticou duramente a iniciativa ao afirmar: “Nossos projetos devem resolver as questões de políticas sociais ou de trabalho e renda, não para tirar o mínimo do que pouco que eles já têm. Todos nós sabemos das dificuldades do nosso município. Populoso, mas com grande parte das pessoas desempregadas. Esse projeto em questão vem para incentivar ainda mais endividamento e empobrecimento dessas famílias, além de potencializar a ansiedade, depressão e, muitas vezes, até o suicídio.”
João Carlos reforçou ainda que o tema precisa de debate aprofundado: “O projeto exige uma discussão mais ampla, quem sabe até uma audiência pública entre o Executivo e Legislativo com participação da sociedade civil organizada, além da população. Todos precisam entender o impacto que ele vai causar.” O parlamentar deixou claro seu posicionamento ao afirmar que a criação da Loteria Municipal não representa uma política pública, mas sim “uma armadilha institucionalizada que mira justamente quem mais sofre com a falta de emprego e renda no município”.
O vereador Ednilson do Kantão também se posicionou de forma contundente contra a proposta: “Ver um familiar viciado nesse tipo de jogo é semelhante ao vê-lo viciado em drogas, o que traz consequências desastrosas. Nós, vereadores, temos que ter responsabilidade e o compromisso de cuidar das pessoas do nosso município, não aprovando esse projeto.”
Mesmo encaminhada às comissões, a proposta segue cercada de forte resistência. Entre críticas, apreensão e dúvidas sobre seus reais efeitos, a criação da Loteria Municipal defendida pelo prefeito Dr. Julinho já enfrenta uma dura batalha antes mesmo de chegar ao plenário para votação. A expectativa é de que o tema continue sendo um dos mais polêmicos e debatidos do ano no Legislativo ribamarense.













