Alguns vereadores da Câmara de São José de Ribamar se manifestou de forma firme contra o Projeto de Lei Ordinária nº 1502/2025, enviado pelo Executivo, que pretende criar a Loteria Municipal. Embora o governo municipal tente apresentar a proposta como uma nova fonte de arrecadação para o município, a interpretação da população é categórica: trata-se de uma medida irresponsável, perigosa e que coloca em risco justamente aqueles que mais precisam de proteção. A cidade que já sofre com caos na saúde, educação e infraestrutura, agora se depara com esse tal “jogo do bigodinho”. O objetivo por trás, segundo alguns moradores, seria arrecadar recursos para cobrir um possível rombo de mais de 70 milhões de empréstimos feito pela atual gestor.
A medida não tem nada de inovadora ou estratégica. Ao contrário, revela o quanto a administração está perdida em meio ao colapso fiscal que ela mesma provocou. Em vez de adotar políticas de gestão sérias, cortar desperdícios ou buscar soluções estruturais, a Prefeitura opta por uma alternativa que transfere a conta da crise para o bolso da população.
Para muitos, o projeto é visto como uma tentativa desesperada de gerar receita rápida. Porém, esse “atalho” tem um alto custo social: estimula comportamentos de risco, empurra cidadãos para o endividamento e pode criar dependência em jogos de azar, justamente em uma cidade onde grande parte das famílias enfrenta dificuldades diárias para manter o básico dentro de casa.

Outros alegam, que loteria não é fonte de enriquecimento coletivo, é um sistema sustentado quase integralmente pelo dinheiro de pessoas de baixa renda, que buscam uma chance improvável de mudar de vida. E essa probabilidade quase nula acaba servindo de armadilha, levando muitos a comprometer o pouco orçamento que possuem.
Enquanto o discurso oficial tenta vender a ideia de modernização e incremento de recursos, na prática o que se vê é a criação de um mecanismo que pode aprofundar a pobreza e fragilizar ainda mais as famílias vulneráveis.
Criar um serviço lotérico municipal, via de regra, é institucionalizar um caminho que favorece vícios, desgasta o orçamento doméstico e agrava problemas sociais.
Em outras palavras, é um projeto que se alimenta da esperança e da necessidade dos mais pobres.
Diante desse cenário, quem se coloca contra, reforça que a Câmara tem um papel fundamental para impedir que São José de Ribamar siga por uma rota tão perigosa. A missão dos vereadores agora é analisar o projeto sem maquiar os impactos e compreender o verdadeiro alcance da proposta.
A expectativa é que a maioria tenha sensibilidade e compromisso com a cidade, entendendo que a Loteria Municipal: não resolve o desequilíbrio financeiro da prefeitura; não combate a crise administrativa existente; não melhora a vida de quem trabalha e luta diariamente; pode empurrar milhares de cidadãos para o vício, para a perda financeira e para a instabilidade familiar.
Afinal, essa proposta não é solução, é uma ameaça ao bem-estar da população, e, cabe ao Legislativo barrar esse retrocesso.













